Falar de enzimas na nutrição animal é falar de fitase antes de qualquer outra enzima. Historicamente, não foi a primeira a ser utilizada em rações animais, mas, por vários motivos, tornou-se uma tecnologia inquestionável e de uso extremamente difundido. Nos anos 2000, quando houve um momento de expressivo aumento nos preços dos fosfatos, a fitase encontrou a ocasião que faltava para se firmar no mercado e afastar qualquer crítica ou desconfiança que ainda havia.
Há décadas, quando a primeira fitase foi lançada no mercado, e quando ainda não se tinha clareza e dados sobre todos os benefícios que essa versátil enzima podia proporcionar, por convenção, foi estabelecida uma dose de 500 unidades de atividade de fitase por kg de dieta (500FTU/kg). Mas há anos, os técnicos ligados à nutrição animal vêm se desvencilhando dessa dose, transformada em tabu, mas que ainda é utilizada de forma tabelada em alguns casos. Por isso, ainda há espaço em muitas fábricas de ração para otimizar a dose de fitase adotada e ganhar mais dinheiro.
Nos últimos seis meses, o preço do fosfato bicálcico praticamente dobrou, e outras fontes de fósforo, como as farinhas de carne e ossos, também sofrem essa inflação de preço. Para agravar a situação, não parece haver no mercado um sinal de que os preços dos fostatos devam ceder num curto prazo. Surge então a oportunidade (eu diria a necessidade) para utilizar doses maiores de fitase.
Não esqueçamos que não se trata apenas de maximizar o aproveitamento do fósforo dos ingredientes vegetais. Trata-se, também, de neutralizar os efeitos antinutricionais que o ácido fítico promove no trato gastrointestinal.
Para maximizar o retorno do uso da fitase, o nutricionista precisa, basicamente, saber quanto há de substrato nas dietas que formula, utilizar uma fitase de alta tecnologia, ter suporte técnico do fornecedor e fazer muita conta.
Mas esse assunto está longe de ter chegado ao fim, por isso, não deixe de acompanhar as próximas publicações!